Eliane Faria

CPB:  Nome e idade?

Eliane Faria, 46 anos.

CPB:  Mesmo sendo conhecida, fale um pouco sobre você!

-  Não sou tão conhecida. Sou mãe, mulher e uma profissional que busca melhorar a cada dia. Sou uma sambista que luto em prol da minha cultura que é a música. Quero levar o samba para o maior número de pessoas possível. Principalmente os jovens. Realizo todas as sextas-feiras pela rádio “Verde é Vida”, um programa chamado "Samba em Sintonia Com Eliane Faria”, onde levo pessoas que fazem o samba acontecer. Não importa se é cantor, compositor, produtor ou bordadeira. Sou uma pessoa que preservo o passado para manter o presente e me satisfazer no futuro. Ajudo e aprendi a pedir ajuda. Ainda não descobri se sou uma pessoa persistente ou teimosa.  

CPB:  Sabemos que você é filha de um nobre Compositor Portelense, mas como você chegou à Ala de Compositores mais importante do Mundo do Samba?

-  Compondo samba. Em 2009, fiquei na final do samba enredo. Gostei e fiz  para 2010 ficando até na semifinal. Já havia sido convidada várias vezes antes a compor e não quis. Me sinto no dever de compor cada vez melhor.  Sou portelense independente do meu pai. Claro, que ele foi quem me levou primeiro para a Escola, mas o meu amor veio de dentro. Ia nas feijoadas, nas peladas e nas festas. Sou filha e sobrinha de salgueirenses, mas o azul e branco falou mais alto. A águia é tudo!

CPB:  Desde quando você compõe?

-  Desde pequena, mas profissionalmente um pouco mais de 15 anos. Para o Bloco dos Gringos, Mas nem Tanto” que hoje sou presidente, há uns 12 anos.

CPB:  O que você falaria para um Compositor que está chegando agora à PORTELA?

-  Ouça Monarco, Paulinho da Viola, Paulo da Portela, Chico Santana, Manacéa... Preserve a melodia. A união de letra e melodia  é que faz um belo samba. A Portela tem estória. Componha com amor. Respeite quem deixou uma semente primorosa.

CPB:  Qual o seu ídolo(s) dentro do Mundo do Samba?

-  Tenho vários! Cartola, Wilson Moreira, D. Ivone Lara, Noel Rosa, Luiz Carlos da Vila, Wilson Batista, Geraldo Pereira, Caymmi,Adoniran Barbosa, Paulinho da Viola. Tenho muitos! É até injusto não citar mais.

CPB:  Conte-nos um pouco de sua experiência no SAMBA!

-  Cresci ouvindo choro e samba. Já ouvia Almir Guineto nas rodas do morro do Salgueiro, onde morava a minha mãe Alcinéia. Fui frequentar mais as rodas depois dos 16 anos de idade em Oswaldo Cruz, onde ela mora. Fui criada pelos os meus avós paternos que ouvia Elizeth Cardoso, Francisco Alves, Dalva de Oliveira...  Nas serestas só se tocava e cantava samba no final. Conheci Nelson Sargento, Noca da Portela, Jair do Cavaquinho na casa de meus avós. Martinho da Vila como outros conheci saindo com meu pai ou na casa dele. A música foi escutada por mim desde a barriga de minha mãe. Sou sobrinha de Anescarzinho do Salgueiro, afilhada de Mauro Duarte e Violeta Cavalcante. Tudo que aprendi foi na fonte. Passei observar os intérpretes, os compositores, a música e a letras escutando muito disco, rádio. Ouvindo Paulo Marquez de pertinho. Foi um conjunto.

No início da minha carreira cantava samba e bossa nova. Em janeiro de 95, fui convidada para fazer um show na quadra da Portela pela Zuleide, mulher do José Felix, ex carnavalesco da Escola, com a participação da Vela Guarda da Portela. Era um sonho! Quando eles começaram a cantar comigo vi que não poderia cantar outra coisa a não ser samba. Daí, não parei mais.

CPB:  O que é ser PORTELA?

-  Ser Portela é defendê-la sempre. É saber perder e ganhar. É ser azul e branco no amor e na dor. 

CPB:  Você tem algum sonho como Compositora?  Qual?

-  Continuar compondo e me aprimorando cada vez mais. Não seria nada mal ter uma parceria com Paulinho da Viola. Rsrs

CPB:  Sabemos que neste ano você não está, assim como outros bambas, participando do Concurso de Samba-Enredo da PORTELA para 2012!  Mas o que você espera do Concurso?

-  Que seja escolhido o melhor samba.

Desde já, agradecemos!

Eu é quem agradeço!