terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Davi Correa (Samba reeditado)

Foto da capa
Davi Correa, um dos maiores bambas portelenses estará, em 2013, vendo seu antológico samba de 1981 ser reeditado pela Tradição!
Seu samba-enredo “Das maravilhas do mar fez-se o esplendor de uma noite”, feito em parceria com Jorge Macedo, como todos sabem, até hoje é um dos sambas mais cantados!
Com o melhor samba do ano a época, a PORTELA ficou prejudicada com a invasão do público, causando prejuízos a Escola!
Favorita, a escola chegou em terceiro lugar, e o seu samba foi o único a ganhar nota máxima dos dois jurados de samba-enredo, levou o Estandarte de Ouro e sobrevive na paixão dos portelenses.
Na receita vitoriosa de David, o principal ingrediente daria calafrios em carnavalescos que gostam de interferir na composição dos sambas. O primeiro passo, diz, é não ficar preso ao que está escrito na sinopse do autor do enredo, e sim interpretar o assunto, confiando no senso de observação. Em 1981, foi assim:
- Eu e o Jorge estávamos na praia em Barra de Guaratiba tomando cerveja quando ele me disse: “David, olha lá o horizonte. Não parece que está subindo?”. Assim surgiram os versos “O mar subiu na linha do horizonte/ Desaguando como fonte”, relembra Davi.
Durante muitos anos, os corações portelenses se deixaram levar por ele de um jeito que tinha mesmo que causar inveja nos concorrentes. Em dez anos (de 1973 a 1982), venceu a disputa na Portela seis vezes e ganhou três Estandartes de Ouro, com diferentes parceiros. Era imbatível, conforme conta o carnavalesco da Mocidade, Alexandre Louzada, presidente da ala Levanta Poeira na azul e branco de Madureira em 1981.
— Ele é safo. Entende o espírito do enredo e o transforma em poesia — diz Louzada, que começou na Portela.
Os autores do samba e o carnavalesco foram nota 10 em harmonia. A letra combinou com os figurinos de Viriato Ferreira, que desenhava para Joãosinho Trinta e deixou Nilópolis para brilhar sozinho. Os chapéus de acetato (película de plástico) transparente e as capas de gaze azul em grande quantidade pareciam água. A ideia era dar à Sapucaí a aparência de um imenso mar, valorizando o conjunto, em vez de destacar algo específico. Da mesma forma que o samba, genérico na descrição do enredo. O verso “Essa onda que borda a avenida de espuma” justificou as fantasias em branco e prata, cores incomuns quando se fala do assunto.
Detalhes não nos deram o título, mas ficou esta obra maravilhosa e que, até hoje, os portelenses se orgulham em cantar em verso e prosa!
Salve Davi!

Nenhum comentário:

Postar um comentário