Ciloca

Presente no carnaval da Portela desde 1941, Damasceno de Souza, mais conhecido como Seu Ciloca, acerta os últimos detalhes para desfilar na Marquês de Sapucaí. Hoje, como assessor do presidente e membro da velha guarda da escola, Ciloca, de 87 anos, participou de momentos inesquecíveis da azul e branco de Madureira, como a última vez em que a escola conquistou um título sozinha, em 1970.

De lá para cá, os carros alegóricos se modernizam a cada ano. Antes, eram pesados e precisavam ser empurrados, lembra Seu Ciloca. O integrante da velha guarda testemunhou muitas transformações no carnaval. Entre elas, a presença cada vez maior de celebridades nos desfiles. Para ele, a festa não pode se esquecer das origens. Caso contrário, perde a essência.

-  Atualmente, muitas rainhas de bateria não têm relação alguma com a comunidade. O empenho não é o mesmo. Algumas aprendem a sambar semanas antes. Na minha época, era preciso ter amor à escola — conta.

Nem as mudanças e o incêndio, que destruiu parte do barracão da Portela a um mês do desfile, são capazes de desanimá-lo. Ciloca não perde tempo, chega cedo ao barracão e só sai após as 22h. Com tantos anos de carnaval, o sambista sabe que a experiência é importante neste momento.

Ciloca, um grande exemplo de amor incondicional à Majestade do Samba!