quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

O ser PORTELA......

 
 
Cada Portelense tem os seus porquês de ser PORTELA!
 
São 90 anos, arrebatando corações, e o mais interessante, passando por falta de títulos, mas a sua pujança continua, renova e cresce.
 
É disso que falam bambas da Águia. E num encontro de três deles na estação de trem de Madureira, todos garantem que ser portelense é uma predestinação. Difícil mesmo explicar o mistério da Portela!
 
- Eu não me lembro quando eu me fiz portelense. Quer dizer, eu nasci portelense — afirma o cantor e compositor da Jovem Guarda Portelense, Marquinhos de Oswaldo Cruz.
 
- Eu trago no sangue o micróbio do samba. A Portela errada está sempre certa. No desfile, se ela estiver ruim, para mim vai estar boa. Então, pronto — completa a querida Surica.
 
- Portela é minha vida — resume Marquinhos do Pandeiro, da Velha Guarda azul e branca de Oswaldo Cruz.
 
Uma das versões para essa data seria a criação, naquele ano, do estatuto do bloco Baianinhas de Oswaldo Cruz, fundado em 1922 por Galdino Marcelino dos Santos, Paulo Benjamim de Oliveira (mais tarde conhecido como Paulo da Portela), Antônio Rufino e Antônio da Silva Caetano.
 
O bloco seria o embrião da futura agremiação. No entanto, o Baianinhas teria durado pouco. E só em 1926 o grupo fundou novo bloco, que recebeu o nome de Conjunto Carnavalesco de Oswaldo Cruz, que depois se chamaria Quem Nos Faz é o Capricho, Vai Como Pode e, a partir de 1935, Portela.
 
Nos anos de 1960 foi que essa potência conquistou o coração de um dos maiores sambistas do país, Paulinho da Viola. Ele lembra que já conhecia muitos sambas e feitos da Portela. Também tinha ido a ensaios, e quando assistiu ao primeiro desfile da azul e branca, foi arrebatador o seu eterno amor.
 
- Assisti a um desfile da Portela na Avenida Rio Branco. Depois que a Portela passou, um grupo enorme formou um bloco atrás dela gritando “já ganhou”. Vi numa situação privilegiada. Estava escondido numa sacada da Escola de Belas Artes. Cheguei a ver outras escolas. Mas um dos sambas mais conhecidos que já fiz tem um pouco dessa primeira impressão. A Portela foi um rio que passou em minha vida — diz Paulinho.
 
Virou compositor portelense, levado para a escola em 1964, por Oscar Bigode. E já em 1966 compôs seu único samba para a agremiação, no enredo “Memórias de um sargento de milícias”. Resultado, a escola foi campeã. Ele não voltou a compor mais samba-enredo. Mas diz que a convivência com os sambistas portelenses foram sua grande escola. E até hoje o samba que fez para a Portela é considerado, por Surica, um dos momentos mais consagradores da trajetória dela na azul e branca.
 
- Explico. Interpretei o samba do Paulinho na Avenida. Foi inesquecível — diz ela.
 
- Reparo no Brasil inteiro. Viajo muito. A expectativa é muito grande em relação à Portela. As pessoas falam muito da Águia. Mesmo quem nunca viu o desfile ao vivo. Mas não deixam de acompanhar. Querem saber como vem a Águia, como vem a Portela. A Portela é uma escola muito querida — diz Paulinho.
 
A multiplicação de seus apaixonados torcedores comprova na imensa quantidade de jovens que se mobilizam interativamente ou em movimentos, pela Portela.
 
É como a legendária Dodô bem define:
 
- Portela é religião, meu filho!

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