segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Tabajara do Samba


A mistura de ritmos que enfeitiçou Nilo Sérgio na viagem à África do Sul, na Copa do Mundo de 2010, vai virar uma bossa abrasileirada na apresentação da bateria da Portela este ano na Avenida. O mestre tem mesclado a nova e a antiga gerações num desafio de inovar sem interferir na tradição da “Tabajara do Samba”.

— Eu me identifiquei com alguns sons e pensei em uma batida, mas sem sair do ritmo do samba, no trecho que fala sobre Iemanjá. É uma batida ofunjá (que marca a saída do orixá). Como o samba fala de orixás, nada como trazer a Mãe África — explica Nilo Sérgio.

Bossa com coreografia

Durante a execução da batida, a bateria vai andar e pular na Marquês de Sapucaí. O bom desempenho da bateria no carnaval passado foi uma forma de o mestre de bateria vencer a resistência entre os ritmistas mais conservadores.

— Outras baterias estão evoluindo. Nós paramos no tempo. O público espera um atrativo e também é bom para o nosso ego. Agora, aceitam a coreografia porque viram que a arquibancada vem abaixo quando fazemos algo diferente — explica.

Um tabu quebrado por Nilo foi permitir menores no grupo, como Jonnas Ferreira, de 13. Fera no tamborim, Carlos Souza, de 63, aprova:

— Em tudo na vida existe renovação.

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