domingo, 9 de fevereiro de 2020

PORTELA 2020 (Desfile)



PORTELA 2020
Desfile

A PORTELA encerrará o desfile de domingo!  Para tanto, os carnavalescos da Escola de Oswaldo Cruz trabalham minuciosamente quanto aos efeitos que o dia proporciona.

“Estamos usando cores pensadas para explodir à luz do dia. Elementos favoráveis à iluminação da manhã. A gente vai ‘acordar’ o público. A ideia é de dar esse despertar mesmo, por sermos a última a desfilar no domingo”, explica Márcia Lage.

ÁGUIA

Abre-ala mais tradicional e esperado do carnaval, para 2020, Márcia deu pequenos detalhes. A águia será high-tech e indígena:

“Foi a primeira alegoria a ser desenhada por nós. Demos uma solução, achamos meio deja-vu. Aí criamos outra. A Águia vem high-tech, mas com tecnologia tupiniquim, made índio do Brasil. O movimento tem um efeito muito bacana. A águia ocupa todo o primeiro acoplamento do nosso abre-alas”, adiantou.

Enredo


Para desenvolver o Enredo portelense, Márcia mergulhou na leitura do livro ‘Rio antes do Rio’, do jornalista Rafael Freitas. Ali nasceu a inspiração:

“Estávamos aguardando um patrocínio para o Carnaval 2020. Eu tinha o livro do Rafael em casa e lendo percebi que dava um enredo. Apresentamos e a diretoria da escola adorou. Tudo vem acontecendo num crescente, o samba. Acho que o canto, a evolução do portelense, o peso da Portela, formam barba, cabelo e bigode. O mais legal que descobrimos foi o Guajupiá em si. Como tornar essa coisa idílica imaginada por eles em algo real, nos dias atuais, fugindo do lugar comum. Abusamos da linguagem mais linear e limpa. Grafismos e contrastes de cor limpos. Nossa mata não é o verde puro, é uma proximidade em tons cítricos. Mas o verde bandeira não tem. Linguagem completamente figurada”, disse a carnavalesca.

Expectativa

Os carnavalescos Renato e Márcia estão debutando na Azul e Branca e Márcia cita a comunidade como uma força para 2020:

“Sentimos muito esse abraço do portelense. E é recíproco. Estamos felizes de estar aqui. O peso de estar na Portela não dá nem para mensurar. É uma responsabilidade imensa você ter a incumbência de colocar a Portela na avenida. Posso dizer que os presidentes de alas estão maravilhados. Disseram que foi a primeira vez que não teve briga para pegar os figurinos, pois todos gostaram. O boca a boca daquilo que já viram para nós já está nos deixando muito felizes. Quando virem tudo na avenida, eu acho que eles vão cantar muito esse samba. A tribo vem forte”, ressalta.

Crítica

“Eu acho que a crítica jocosa, o meme, aquele enredo que fizemos sobre a Fama no Salgueiro, válidos. O panfleto de forma direta, no meu ponto de vista, não gosto. São 70 minutos que você tem para mostrar a sua arte. Acho que o povo está um pouco saturado disso. Mas cada um no seu quadrado. Não acho que a escola de samba tenha que ser porta-voz de nada. Eu e Renato sempre colocamos a crítica, mas de uma forma mais carnavalizada”, disse.

Origens

Renato Lage vem de estúdios de TV e Márcia da Escola de Belas Artes:

“O público que vê na TV, por mais que tentemos tornar o que ele está vendo real, os filtros de luz fazem as cores se perder. Depende do que vai ser selecionado para mostrar. Isso foge da nossa alçada. Na avenida sim, trabalhamos o equilíbrio, dos dois lados de arquibancadas, frisas e camarotes. É um cortejo pela lateral. O conjunto de canto com o visual é um espetáculo delirante. O jurado é o mais difícil de atingir. Cabeça de jurado é complicado, não temos como saber como será a recepção daquilo que estamos preparando. Está tudo muito bem explicado e defendido”, garante.


PORTELA na Avenida - Planejamento do Desfile

Setor 1 
“O Guajupiá. Esse universo idílico, o paraíso em si”.

Setor 2 
“Aldeia carioca, a natureza, presença de fauna e flora em carros e fantasias”.

Setor 3 
“Entramos na parte da okara, um pouco da reunião da moca, os hábitos, costumes, a forma de vida. Entram tons mais terrosos, os artefatos, a palha, cerâmica”.

Setor 4 
“A iniciação, que é a festa do Cauim. Para todos os rituais, o cauim se fazia presente. Tem tudo ver com carnaval, eles eram grandes beberrões”.

Setor 5 
“No final uma crítica ao Rio, destruindo sua paisagem natural através do concreto. É uma parte mais concreta, mais dura. Os índios se tornam fantasmas, soterrados na concretagem urbana”.

O BLOG acredita na qualidade do trabalho de Renato e Márcia Lage, que sempre desenvolveram excelentes trabalhos e assim será na Majestade do Samba!  

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