domingo, 29 de abril de 2012

Salve OSWALDO CRUZ!



Oswaldo Cruz, berço da PORTELA mostra sua força!

Compositor Portelense, que leva em seu nome artístico, Marquinhos de Oswaldo Cruz mostra que Oswaldo Cruz é um verdadeiro celeiro de bambas e que o bairro, vizinho à Madureira é um polo gerador de divisas.

"Vocês vão deixar que a casa do Paulo da Portela seja demolida?", esta foi a pergunta do compositor ao prefeito Eduardo Paes, portelense de coração.  Não será, garante a prefeitura.

A transformação do bairro de Oswaldo Cruz em sítio cultural, algo que deverá ser sacramentado em até dois meses e abrirá caminho para o Museu a Céu Aberto, um amplo projeto de preservação e renovação da história da cultura popular na grande Madureira, do Morro da Serrinha a Bento Ribeiro.

A casa onde morreu em 1949, aos 47 anos, Paulo Benjamin de Oliveira, fundador da Portela e mito do samba e do Rio (seu funeral ainda é apontado como o maior que o subúrbio carioca já viu, tendo arrastado milhares de pessoas da Carolina Machado até o Cemitério de Irajá), se dá num momento em que a autoestima da região.

O enredo da Majestade do Samba que o carnavalesco Paulo Menezes está desenvolvendo a partir de informações de Carlos Monte, portelense que conhece bastante a história da região — terá duas datas redondas como base: os 90 anos do Conjunto Oswaldo Cruz, bloco que deu origem à Portela, e os 400 anos da construção da capela de Nossa Senhora da Apresentação de Irajá, marco inicial da ocupação da Freguesia do Irajá, em cuja área os bairros da grande Madureira surgiram depois.

Com sua quadra totalmente reformada, a Portela, apresenta em todos os primeiros sábados de cada mês sua Feijoada na qual a chamamos de Original, já mostra um pouco do resgate da área.

A Feira das Yabás, na Praça Paulo da Portela, em Oswaldo Cruz, todo segundo domingo do mês é outro evento que se fortifica neste querido bairro! 

Dona Neném (viúva do compositor Manacéa) e sua filha Áurea, Surica, Neide Santana, Marlene, Edith, Natércia, Rose e Selma Candeia estão entre as mulheres que atuam nas 16 barracas e são profundamente ligadas à região.

— Isso aqui era um gigante adormecido. Agora, a situação está melhorando — diz Surica, referindo-se a obras como a do Parque Madureira, espaço de 103.500 metros quadrados (sendo um terço de área verde) que deve ser inaugurado em junho.

O projeto do Museu a Céu Aberto foi apresentado em 2009 e o prefeito Eduardo Paes anunciou que encamparia a ideia. No entanto, só neste ano ela começa a se tornar realidade.


Marquinhos de Oswaldo Cruz, idealizador do Museu a Céu Aberto na região, em frente à casa de Paulo da Portela, salva da demolição
Foto: Guito Moreto

Além da casa de Paulo da Portela, há a de dona Ester, líder espiritual dos primeiros portelenses, na Rua Adelaide Badajós. O prédio da antiga gafieira Cedofeita (onde Pixinguinha tocava), em Bento Ribeiro, e centros culturais dedicados a Candeia e Zé Keti também fariam parte do roteiro que poderia ser visitado por turistas e, segundo Marquinhos, oxigenar a vida cultural dos moradores.

— Há pouco tempo não se via mulheres dançando umbigada. Agora, na Feira das Yabás, eu já vejo, e até meninas estão dançando, além do miudinho — diz ele, referindo-se a costumes que foram recuperados graças à revitalização de tradições.

Outra realidade forte relecionada a Oswaldo Cruz é  o "Trem do samba", que desde 1996 vai da Central até Oswaldo Cruz com música nos vagões no Dia do Samba (2 de dezembro), impulsionou a revalorização cultural da região. O cineasta Joaquim Pedro Carneiro está concluindo um curta-metragem sobre o trem idealizado por Marquinhos e um DVD feito com ele e convidados. 

Este é Oswaldo Cruz, o berço da Majestade do Samba!

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