PAULO DA PORTELA, a dignidade do SAMBA
O homem que deu cara, identidade, roupa nova e dignidade ao samba teria completado, se vivo fosse, 110 anos no último dia 18. Morreu aos 48 anos, no auge da criação, deixando grande quantidade de sambistas sem as suas orientações de como compor, viver, organizar um bloco ou escola. Mas gravou o seu nome na história da Portela, do samba, do jongo, do caxambu, da música brasileira e dos movimentos sociais. A força, o carisma e a liderança do ‘mestre’ Paulo da Portela nortearam seus discursos e os objetivos políticos que vieram a desaguar na criação da revolucionária Escola de Samba Quilombo.
Aos 10 anos, Paulo Benjamim de Oliveira já morava em Oswaldo Cruz, em casa de vila na Estrada do Portela. Logo fundou o primeiro bloco carnavalesco (de marcha-rancho) do bairro, que tinha o nome (dado por ele, claro), de Ouro Sobre Azul. Registre-se que os nomes dessas pioneiras agremiações eram lindos e poéticos: Ameno Resedá, Flor do Sereno, Flor do Abacate, e por aí vai.
Paulo viveu uma longa história de amor com sua escola. Do primeiro desfile em 1930, quando ela ainda se chamava Quem nos Faz é o Capricho (só em 1935 foi batizada de Portela) até 1941, quando o romance se desfez, compôs grandes sambas-enredo e conquistou o coração dos portelenses. Ao deixar a escola, após desentendimentos com a diretoria, ingressou na Lira do Amor, de Bento Ribeiro. Não sem antes registrar seu ressentimento em um samba: "O meu nome já caiu no esquecimento/O meu nome não interessa a mais ninguém/...Chora, Portela/Minha Portela querida/Eu que te fundei/Serás minha toda a vida".
Sem jamais se afastar do Carnaval, Paulo da Portela imperou como sinônimo de talento e inspiração nas escolas do Rio. Só ‘cabulou’ a folia em 1949, quando, em pleno esquenta dos tamborins, foi derrubado por um infarto, em 31 de janeiro. Dizem que ‘Madureira chorou’, e muito.
Paulo viveu uma longa história de amor com sua escola. Do primeiro desfile em 1930, quando ela ainda se chamava Quem nos Faz é o Capricho (só em 1935 foi batizada de Portela) até 1941, quando o romance se desfez, compôs grandes sambas-enredo e conquistou o coração dos portelenses. Ao deixar a escola, após desentendimentos com a diretoria, ingressou na Lira do Amor, de Bento Ribeiro. Não sem antes registrar seu ressentimento em um samba: "O meu nome já caiu no esquecimento/O meu nome não interessa a mais ninguém/...Chora, Portela/Minha Portela querida/Eu que te fundei/Serás minha toda a vida".
Sem jamais se afastar do Carnaval, Paulo da Portela imperou como sinônimo de talento e inspiração nas escolas do Rio. Só ‘cabulou’ a folia em 1949, quando, em pleno esquenta dos tamborins, foi derrubado por um infarto, em 31 de janeiro. Dizem que ‘Madureira chorou’, e muito.
(Luís Pimentel - O Dia)
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