quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Paulo da PORTELA (70 anos de morte)

70 Anos da morte de PAULO DA PORTELA
(Marília Trindade)



Segue abaixo uma entrevista cedida por Alvaiade e publicada no encarte do disco "História das Escolas de Samba vol.2". Deliciem-se com esse precioso registro, onde o compositor fala de sua relação com a Portela, do grande Paulo da Portela e conta casos maravilhosos! Não há créditos ao entrevistador.

Desde quando você está metido em samba?

Alvaiade: Desde 1928. Naquela época, o Paulo da Portela morava na Estrada da Portela, 276, que era um correr de casas que tinha o apelido de Barra Preta. Eu morava na Rua B, em Oswaldo Cruz, e tinha um bloco carnavalesco por lá. E o Paulo me convidou para a Portela.

O seu bloco era grande?

Alvaiade: Pequeno. Éramos eu, o falecido Brasileiro, o Zé Cachacinha, o Alvarenga, um grupo pequeno. O Alvarenga já pertencia à Portela antes de mim.

Como é o seu nome, Alvaiade?

Alvaiade: Oswaldo dos Santos. Nasci a 21 de novembro de 1913, aqui na Estrada da Portela.

Quando você entrou pra Portela já era compositor?

Alvaiade: Não, eu acompanhava o pessoal, fazia um centro no cavaquinho, cantava, etc. Depois é que eu comecei a fazer música.

(Cristina Buarque e Velha Guarda da Portela cantam Vida de Rainha de Alvaiade e Monarco).

A primeira vez que você saiu na Portela já era pra desfilar na Praça Onze?

Alvaiade: Não. A primeira vez foi para participar de uma roda de samba em Bento Ribeiro, na casa do Paulo de Bento Ribeiro. Aliás, a razão do Paulo da Portela ganhar esse nome foi por causa do Paulo de Bento Ribeiro, que também era do samba.

Como é que o Paulo da Portela tratava os mais novos como você?

Alvaiade: O Paulo era uma figura humana fora de série. E muito observador. Eu era muito garoto naquela época e ele chegava até a me entregar certas responsabilidades dentro da escola, como a de substituí-lo de vez em quando, na sua ausência. Quando ele ia pra São Paulo, mais tarde, com o Cartola e o Heitor dos Prazeres, quem preparava a escola era eu, como chefe interino, além do Ventura e o Alcides, que eram os diretores de harmonia. Quando ele chegava era só pra comandar a escola.

Ele chegou até a apontar você como substituto dele, não foi?

Alvaiade: Foi. Ele sempre dizia aos visitantes que iam à Portela: “Esse é o pequeno que me substitui”. Aquilo me dava muito entusiasmo. Minha prova de fogo foi em 1934. Foi uma festa na Portela e recebemos a visita de uns doutores, coisa muito rara na época numa escola de samba. E fui eu quem recebeu o pessoal. Depois foi num batismo de uma escola de samba lá no Botija. Fui incluído na delegação da Portela, mas como um simples integrante. Quando saltamos do bonde, o Cláudio de Quintino me falou: “Olha alvaiade, o Paulo disse pra você fazer a cerimônia”. Aí, tomei as medidas. Formei a rapaziada, tiramos um samba quando chegamos, houve aquela troca de gentilezas, aquela coisa toda. Eu sei que fui bem, pois o Cláudio de Quintino me deu os parabéns depois.

O Paulo era um boa praça, mas era muito exigente também, não é isso? Principalmente com a roupa.

Alvaiade: É verdade. Ninguém podia se apresentar com chinelo charlote porque o Paulo não gostava. O pessoal do Estácio, por exemplo – e isso não é querer falar mal, mas falar a verdade – apresentava-se muito bem, com ternos caríssimos. Mas de chinelo charlote e lenço no pescoço. O pessoal da Portela não. A gente tinha que andar de sapato e gravata. O Paulo dizia assim: “Quero todo mundo com o pé ocupado e pescoço também”. Quer dizer: sapato e gravata. Por sorte, a nossa rapaziada quase não bebia. A gente era diferente das outras escolas.

Alvaiade e Manacéia (em pé)

Como é que foi a briga do Paulo com a Portela?

Alvaiade: Nessa época – foi no carnaval de 1940 – eu estava chefiando a escola no lugar do Paulo, que estava em São Paulo, com o Cartola e o Heitor dos Prazeres. Ele chegou na hora em que a escola estava formada pra desfilar na Praça Onze e queria que os companheiros dele desfilassem também. Mas o problema é que eles estavam com uma fantasia preta e branca e o pessoal da diretoria achou que não era direito. Se o Paulo quisesse desfilar, tudo bem. Mas seus companheiros é que não podiam.

Toda a diretoria pensava assim?

Alvaiade: Toda. Ainda dissemos pra ele que os companheiros dele podiam entrar na escola, mas só depois que passassem pela comissão julgadora. Chamamos o Manoel Bam Bam Bam e ele repetiu para o Paulo a mesma coisa. Aí o Paulo disse: “Se eles não podem entrar, eu também não entro”. O Manoel Bam Bam Bam levantou a corda – naquela época as escolas desfilavam com corda - e falou: “Então você não desfila, pode sair”. O Paulo saiu e nunca mais desfilou pela Portela.

Mas ele nem visitava a escola?

Alvaiade: Oito dias depois, a gente estava comemorando a vitória da Portela lá na sede. E o Paulo apareceu com o Pessoal da Mangueira. Me lembro que ele estava com o Cartola e o Chico Porrão. Ele estava esquisito, de um jeito que eu nunca tinha visto assim. Acho que tinha tomado umas e outras, que ele não era de beber. Eu sei que chegou na Portela, trepou na mesa e começou a fazer um discurso: “Vocês crianças, vocês ursos”, não sei o que, falando coisas que não eram do feitio dele. Até os parentes dele ficaram revoltados com a situação. Eu ainda pedi a palavra tentando contornar o problema, mas havia uma grande revolta. Saímos dalí e fomos para uma área, onde é hoje o botequim do Nozinho, irmão do Natal, e o Paulo puxou um samba da Mangueira: “Vou partir sem briga” e não sei o que mais. Eu aí, puxei um samba assim:

“Seja feliz com seu novo amor 
Porque eu vou procurar o meu bem estar 
Pode arranjar quem você quiser 
Só peço pra de mim esquecer, mulher”

É um samba do Mijinha, o autor de “Sentimento”, que o Paulinho da Viola gravou. Mas o ambiente não estava bom não. E o pessoal da Mangueira percebeu isso. Me lembro até que o Chico Porrão falou assim pra mim: “Alvaiade, eu não tenho um alfinete pra me defender”. Eu falei pra ele assim: “Não tem nada não, aqui você está como se estivesse em sua própria casa”. Mandei um componente da Portela ir até Madureira buscar um carro, mas naquela altura tinha gente a fim de pegar alguém, não sei se o Paulo ou o pessoal da Mangueira. Quando o carro chegou, botei a rapaziada lá dentro e fui em pé, no estribo, até lá fora protegendo eles. Na volta, veio uma porção de gente em cima de mim me espinafrar porque eu protegi o pessoal. O Paulo saiu e a Portela passou sete anos ganhando os desfiles na Praça Onze. Ele nunca se esqueceu da Portela. Muitas vezes, a gente ficava conversando em cima da ponte de Oswaldo Cruz e ele perguntando como é que ia o negócio, aquelas coisas. Ele estava na escola de samba Lira do Amor, mas não esquecia a nossa escola. No ano que ele ia voltar, morreu.

Você chamava o Paulo de você ou de senhor?

Alvaiade: Você mesmo. Era o Mano Paulo. Paulo da Portela

As escolas de samba tinham um contingente grande?

Alvaiade: Não. Houve um ano - não sei se 1931 ou 32, não me lembro - que aconteceu um negócio que nunca mais esqueci. Nós íamos descer pra desfilar na Praça Onze e fomos pegar o trem na estação de Dona Clara. O Rufino, que era o tesoureiro, pagou 90 passagens. E se queixou: “Meu Deus, isso não é mais uma escola de samba, é um rancho. Nunca vi tanta gente numa escola de samba”.

É verdade que no início eram homens que desfilavam de baianas?

Alvaiade: É. Nós não tínhamos baianas no início. Quem saía de baiana era o Claudionor, o Boaventura, o Manoel Bam Bam Bam, o Antônio Mestre Sala e outros. Era um grupo de homens que saía de baiana.

Não tinha mulher na Portela?

Alvaiade: Tinha. Não saíam de baiana. Quando a gente ia, por exemplo, a uma batalha de confete, o próprio Paulo ia de casa em casa pedir consentimento às famílias para levar suas moças com a escola. Depois entregava todas elas em suas casa. Éramos uma família.

Mas havia aquele negócio de que sambista era sinônimo de marginal.
Alvaiade: Havia. Inclusive falavam isso da Portela, que é uma escola da Planície. Mas conosco não havia problema.
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Alvaiade, pseudônimo de Oswaldo dos Santos (Rio de Janeiro, 21 de dezembro de 1913 – Rio de Janeiro, 23 de junho de 1981) foi um compositor, sambista e cantor brasileiro.
Um dos nomes mais antigos e de maior destaque da Portela, integrou o conjunto da Velha Guarda da Portela nos últimos anos de sua vida, no qual tinha papel de líder.
Alvaiade entrou no samba em 1928, com um conjunto carnavalesco de Oswaldo Cruz em que tomavam parte os sambistas Alvarenga e Zé Cachacinha. Seria depois incorporado à Portela por intermédio de Paulo da Portela, fundador da escola. Paulo, mais tarde, viria a o considerar seu substituto. Responsável pelo lançamento de sambistas mais jovens como Manacéa, Chico Santana e Walter Rosa.

Diogo Nogueira (Entrevista)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

Natal da PORTELA (Líder Portelense)


Madureira foi o bairro onde ele se tornou figura das mais populares e fascinantes do Rio de Janeiro. Nesta cidade, poucos são aqueles que poderiam ostentar esta trajetória de sucesso para um homem negro pobre, que modificou sua vida, tendo como ponto de partida, sua autoridade, sua capacidade de enfrentar desafios e visão de mundo polivalente em ajudar os pobres e desvalidos.

Assim, em sua trajetória, Natal da Portela encarnou uma série de personagens apreendidos no cotidiano suburbano. Desse modo, era o valente, o bicheiro, o presidente da escola de samba, o generoso, o construtor, o prefeito, o poderoso, o homem do dinheiro, o vilão, entre outros papéis que desempenhou muito bem em Madureira.

Natal, devido à sua presença e postura se consagrou como uma figura mitológica na vida carioca. Negro, nascido pobre, passou fome, foi garanhão, pai de 25 filhos (19 morreram), dirigente de clube, sagaz e antenado com seu tempo. Ele perdeu o braço direito num acidente ferroviário quando ainda era rapaz e empregado da Rede Ferroviária Federal, que administrava, na época, o transporte por trens no Rio de Janeiro.

No entanto, a perda do braço não o imobilizou.

Pelo contrário.

Resistiu, vestiu-se de coragem e se tornou o mais respeitado personagem suburbano das últimas décadas, gritando e dando tiros quando necessário para manter sua lógica de compreensão dos conflitos do mundo.

Na época, falava-se que tinha sido alvo de mais 100 tiros. Dado pelos inimigos. Mas nunca atingiram o alvo. Por isso, diziam que ele tinha o corpo fechado. Enfrentou sozinho – e velho - valentes jovens, que pediam perdão a ele, ou jogavam as armas no chão ao serem questionados pela força/presença/personalidade de Natal. 

Ele conheceu, assim, a marginalidade bruta dos subúrbios com as palmas da mão. Sabia quem era quem e como era sua perigosa a sua atividade profissional. Assim, como banqueiro do jogo de bicho, em Madureira e bairros vizinhos,
construiu escolas, hospitais, financiou a edificação de barracos em favelas, pagou centenas de sepultamentos, criou e calçou dezenas de ruas, construiu caixas de água, ou seja, era uma espécie de civilizador autoritário nas regiões inóspitas suburbanas, segregadas e distante dos benefícios da ação pública. 

Ao mesmo tempo, era uma figura respeitadíssima no mundo ilegal suburbano, pois, para os moradores, ele não era vilão,mas um herói às avessas dos subúrbios, que as classes dominantes pensavam jamais existir. 

Este livro, de Araujo e Jório, se tornou clássico no assunto, pois, se constituiu num dos melhores flashes sobre Natal da Portela. Abaixo, reproduzimos algumas passagens deste livro a fim de que possam conhecer, em certo sentido, o pensamento de Natal da Portela e sua mitológica ação nos subúrbios do Rio de Janeiro: BRIGA COM O IMPÉRIO

“ Porra, já ganhei muitos carnavais em cima desses putos. Dá até para dar colher. Acontece que eu não gosto de perder, ora porra. Tô sempre querendo mais. Ganhei carnaval de toda a maneira. No legal e no roubo. Também já até perdi a conta do número de vezes que fui garfado. O que eu nunca fiz foi sair por aí me lamentando. Quando perdia, não botava a boca no trombone. Aguentava firme. Na primeira oportunidade, roubava também. Apelação, eu só fazia na hora. Aí eu brigava, pintava os canecos. Depois que eu via que não dava mais jeito, não ficava como meia dúzia de putos por aí, aporrinhando os outros. Meus negócios sempre foram muito bem feitos. Dava o golpe e quando percebiam já era tarde. Também eu estava sempre nos bastidores! Botava meus cachorrinhos lá, eles vinham me contar. Em 1964, soube que o Império Serrano ofereceu um Volks para ganhar o Carnaval. Dei a maior foda neles. Fui lá oferecei o Volks e o prêmio. O Império sempre ficou por baixo de nós, ora porra. Quando eles tiravam o 4º. lugar tinha até festa! Davam desfile e tudo! Eles têm que dar o braço a torcer a gente. Ganhamos sete carnavais seguidos e só não ganhamos o oitavo porque fiquei com medo de virar rancho. Vieram-me dizer que quem ganhasse oito vezes seguidas, deixava de ser Escola de Samba. Aí, eu botei o galho dentro. Fiquei cabreiro, deixei correr frouxo e um filho da puta qualquer ganhou.

CARNAVAL 1960

No Carnaval de 60, inventaram um tal de pontos negativos. Percebi logo que era pra prejudicar a Portela. E sabe por que? Porque tínhamos feito um grande desfile. Não tinha medo de perder para ninguém. Então os putos bolaram esta porra. Eu estava sabendo disso. O nosso pessoal, por fora, já até começava a comemorar a vitória. E eu dizendo: “Olhe pessoal. Nosso Carnaval dá pra ganhar de qualquer um, mas não vamos levar o caneco! Eles estão armando pra nos derrubar. E a merda toda são esses pontos negativos. Aí é que está a sacanagem! Então, eu fui para a apuração bolando o que eu podia fazer. Pensei, pensei e disse pros homens que estavam comigo: “nós vamos perder, mas eu vou dar um jeito”. Que jeito? Perguntaram. Aí, eu disse, que não podia dizer, mas que poderiam contar que eu iria virar a mesa. Eu tinha toda a certeza de que a Portela perdia por pontos negativos e ganhava o Salgueiro. Meus cachorrinhos tinham me confirmado. Ao invés de irem logo somando e tirando os pontos negativos, primeiro fizeram a apuração legal, dando o resultado. A Portela ganhou disparada. Passamos 8 pontos à frente deles.

FUNDADOR

“E não tem filho da puta nenhum que diga, na minha cara, que eu não fui fundador da Portela. Fui, botei meu dinheiro todo na escola, e quem não quiser acreditar que vá pra puta pariu”

DISCRIMINADO

Eu era muito levado sim, mas havia racismo nas escolas. Eu, negro, sempre levava a culpa em tudo que de errado acontecia. É claro que às vezes eu tinha culpa no cartório. Mas, muitas vezes, estava inocente. Se aparecia uma carteira riscada a professora logo dizia: Foi esse negrinho sujo. Me davam castigos. Me botavam de joelhos em cima de grãos de milho. Ou então levava coças de vara de marmelo. Eu me revoltava. Me defendia. Era expulso. Aí as professoras chamavam meu pai, inventavam uma porção de histórias e lá ia eu embora, sabendo muito bem o motivo,
que era de ter um preto a menos no colégio. Minha vaga era sempre ocupada por um branquinho

BISCATEIROS

Passei a viver de biscates, a vender o que conseguia: angu, peixe, farinha...qualquer porra. O dinherinho que conseguia, comprava comidapra mulher, pros filhos. Isto, quando não vinha o rapa e carregava tudo. Aí, eu ficava no desespero, sem ter nada para levar. É por isso que me sobe um ódio danado quando vejo uns filhos da puta tirando coisas que esses pobres diabos ficam vendendo nas ruas. Eu já senti na pele o drama deles. Teve uma vez que vi um bando de putos correndo atrás de um garoto pra lhe tirar sua mercadoria. Pô, fiquei louco. Perguntei se não tinham vergonha de tirar as coisas do garoto. Um pé-de-chinelo lá ainda quis botar uma questão.

- Seu Natal, nós estamos cumprindo a Lei!

- Então vão cumprir a lei de vocês na puta que pariu..

PAULO DA PORTELA

Enquanto o Paulo foi vivo, a Portela era ele. Coitado, morreu cedo.
Tuberculoso. No seu enterro tinha mais gente do que em dia de Fla-Flu na disputa do campeonato. Não se conseguia andar em Madureira quando corpo passou em direção ao cemitério. O Paulo morreu e eu resolvi me dedicar de corpo e alma a Portela. Eu já estava com dinheiro e não me importava de gastar. Já tinha minha banca em Madureira. Agora queria ver a minha escola bonita. Eu nem me importava de vestir a escola de cabo a rabo. Eu fazia isso por prazer. Em memória do Paulo. Por amor a Portela.

PORTELA (Ensaio de Comunidade)

Paulinho da Viola (São Paulo - 25/01)

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quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

PORTELA (Ensaio)

Bianca Monteiro

BIANCA MONTEIRO
(Rainha da Tabajara)

Bianca Monteiro, rainha de bateria da Portela encarna Iansã em ensaio fotográfico — Foto: Divulgação/ Léo Cordeiro

Representar Clara Nunes será uma tarefa para Bianca Monteiro, que está em aulas de dança afro para que tudo dê certo no esperado desfile da PORTELA em 2019!

“Vou vir representando uma coisa muito íntima da Clara, a sua espiritualidade. Então quis aprender direitinho e agregar isso ao meu samba”, diz Bianca.

Gestual

“A dança está me ajudando muito porque no samba você mexe mais o quadril, e o gestual da dança afro, que está focada no orixá da Clara, em Iansã, é mais com os ombros. Iansã movimenta muitos os braços, é imponente. Minha dificuldade é unir todos os movimentos para ficar bonito e harmônico na avenida”, conta.

Preparação

“Estou malhando, fazendo drenagem e as aulas de dança afro e de salão. Ajudam a queimar calorias e na definição do corpo”, conta ela, que também fez um ensaio fotográfico inspirado no orixá da cantora.

Detalhes serão imprescindíveis na apresentação da Escola de Samba de Oswaldo Cruz!

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Norival Reis e Jorge Duarte (Andorinha tonta - canta Avelino - 1972)

Clara Nunes (Guerreira da Utopia)


CLARA NUNES
“Guerreira da Utopia”
 relançada e ampliada

Guerreira da Utopia (Ediouro, 2007), escrita pelo jornalista carioca Vagner Fernandes, estará de volta às prateleiras a partir de 2 de fevereiro. 

A homenagem da PORTELA a Clara Nunes com o enredo “Na Madureira moderníssima, hei sempre de ouvir cantar uma sabiá”, é propícia com base no livro que ganhará edição ampliada.

“Clara é uma artista atemporal. Assim como a artista, o seu legado também é atemporal não só do ponto de vista do repertório, como das discussões que ela levantava como identidade de gênero, preconceito étnico-cultural e a intolerância religiosa”, disse Vagner Fernandes.

Acervo Portelense (Maria Elisa, viúva de Paulo da PORTELA - 1957)


sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

PORTELA 1972 (Momentos)

PORTELA 2019 (Carlinhos de Jesus)

Carlinhos de Jesus 
A Comissão de Frente da Portela trará a religiosidade de Clara Nunes


A PORTELA contará com um dos mais experientes e respeitados coreógrafos do Mundo do Samba, Carlinhos de Jesus, conforme, a muito, divulgado no BLOG!

- Voltar para os desfiles, voltar para este carnaval maravilhoso, pela Portela, é uma benção. Pela tradição que a escola representa, pela sua energia, pelo seus 95 anos, por tudo que ela significa, inclusive, na minha vida. A Portela é madrinha da Em Cima da Hora, minha escola de origem. Quando garoto, pré-adolescente e adolescente, eu não saia dessa região daqui. Eu não saia das quadras, de Cavalcanti direto para cá. Então, é um prazer muito grande e uma honra, voltar pela Portela”, declarou.

Para 2019, Carlinhos conta um pouco do que a Escola de Oswaldo Cruz trará em sua Comissão de Frente: 

-  Muita gente pensa que a Clara Nunes vem na comissão, mas não. Isso posso adiantar. Clara Nunes não vem na comissão, mas vem toda sua representatividade religiosa. Vamos usar uma tecnologia, uma coisa muito simples, não pensem em pirotecnia e nem em coisas muito mirabolantes. Não, não temos. Nossas ações são todas manuais. E pela primeira vez a gente vai fazer isso em uma comissão de frente. Mas é muito simples, não esperem grandes mirabolâncias. O que nós faremos, é a cara do enredo. Está no enredo e na representatividade dessa grande mulher e dessa grande escola. Portela não é escola de pouca tecnologia. É a Escola de tradição, de amor, de raiz. Isso que é importante, e isso que eu procurei não fugir. Trazer a Portela como realmente ela merece ser trazida”, afirmou.


O coreógrafo também observou a importância do elemento cenográfico, na comissão de frente, hoje muito utilizado pelas escolas:

-  Eu gosto do mínimo de coisa possível. A ideia dessa comissão da Portela, começou com uma coisa muito simples, mas diante do que vou ter de fazer na avenida, eu vou ter de subir um pouco essa alegoria, esse tripé vamos dizer assim, para poder suportar um gerador que vou que trazer. Porque, se não fosse isso, nós iríamos vir bem mais baixos. Eu gosto de vir com o mínimo possível. Trazer uma criatividade partindo do nada, e de repente, surgir uma grande coisa. Ou de uma grande coisa reduzir, desaparecer. Usar o truque da melhor forma possível, sem grandes tripés e alegorias”, afirmou.

Com relação às Comissões de Frente impactantes:

-  Eu não tenho nada contra as comissões espetáculos. Eu já acho que muitas destoam um pouco a coisa do perfil do carnaval mesmo. Mas eu não quero fazer nenhuma crítica, até porque poderia estar criticando um trabalho meu, que eu possa ter pesado um pouco mais até porque quisesse o tema. Mas qualquer coisa que você traga para uma apresentação, por mais interessante que seja, não pode perder a noção do que é carnaval. Vamos trazer uma tecnologia, uma modernidade, mas dentro do contexto tipicamente brasileiro, de uma criatividade, de uma espontaneidade que é o carnaval, aí eu aplaudo. Acho que a gente tem de medir um pouco, segurar um pouco a mão e a cabeça, para que o carnaval não perca essa grande importância da criatividade e espontaneidade do povo brasileiro”, ponderou Carlinhos.

O COMPOSITORES DA PORTELA BLOG deseja ao nosso carnavalesco que tudo corra da melhor maneira possível e que a PORTELA inicie seu desfile, além da já esperada Águia, com uma Comissão que traduza tudo o que foi Clara Nunes, em sua totalidade!

Diogo Nogueira (Geribá)

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quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

PORTELA 2019 (Ensaio de Comunidade)

PORTELA (Convite)

Cantora Maria Rita aceita convite para desfilar pelo terceiro ano consecutivo na Portela — Foto: Wallace Mendonça/Divulgação


Homenagear a Guerreira Portelense já faz o portelense prever um desfile emocionante!

Ainda pendente de sua agenda, a cantora Maria Rita foi convidada pela Escola para participar do desfile!

Na última Feijoada Original do Mundo do Samba, a cantora, acompanhada pelos músicos da Velha Guarda da Portela, reverenciou Monarco, fazendo dueto com o bamba em "Coração em desalinho". 

Outro nobre compositor portelense, Noca da PORTELA empolgou o público ao relembrar sucessos como "É preciso muito amor", "Portela querida" e o samba-enredo de 2015 "ImaginaRio, 450 janeiros de uma cidade surreal". Noca aproveitou ainda para autografar sua biografia "Noca da Portela e de todos os sambas", de Marcelo Braz e lançado pela UERJ.

Eros Fidelis (Vitória - ES)

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