quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

PORTELA 1966 (Enredo)

PORTELA 1966
MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS
ENREDO
Os portugueses Leonardo Pataca e Maria da Hortaliça encontram-se numa viagem de navio rumo ao Brasil. Pataca aplica uma pisadela no pé de Maria que retruca, dando-lhe um beliscão. Iniciam assim o namoro que culminará com o nascimento do herói do romance, Leonardo, “filho de uma pisadela e de um beliscão”. No Rio de janeiro, o menino terá como padrinho um barbeiro (o compadre) e uma parteira (a comadre) que o protegerão, já que Maria-da-Hortaliça trai muitas vezes o companheiro e acaba fugindo de volta para Portugal com um capitão de navio. Em consequência, Pataca acaba expulsando de casa o menino Leonardo com um vigoroso pontapé e apaixona-se pela cigana, que, por sua vez, também o abandonará. 

Leonardo é adotado pelo padrinho, o compadre, que se afeiçoara a ele. À medida, porém, que vai crescendo torna-se cada vez mais abusado, briguento e pouco dado ao estudo. O compadre sonha com uma carreira sacerdotal para o afilhado e consegue torná-lo sacristão.

Mas Leonardo não durará muito no posto, pois detesta o padre que comanda a igreja da Sé e vinga-se dele revelando para todos os fiéis o amor proibido entre o religioso e a cigana, a mesma pela qual Pataca se apaixonara. A partir daí, Leonardo não demonstra qualquer interesse pelo trabalho ou pelos estudos.

Torna-se um vadio, de vida desregrada, mas extremamente simpático, obtendo sempre a proteção de alguém. Certo dia, conhece a jovem Luisinha, que é sobrinha de uma vizinha mais ou menos rica, a Dona Maria. Apesar da moça ser despida de maiores encantos, Leonardo passa a gostar dela. Entretanto, logo em seguida surge um concorrente mais velho e mais interesseiro, José Manuel, que através de várias maquinações acabará se casando com Luisinha. 

Leonardo nada sofre porque gosta de Vidinha, mulata sensual e livre de maiores injunções morais, com a qual acaba tendo um caso. Como Vidinha tem muitos pretendentes, armam-se várias confusões, atraindo a atenção de uma espécie de Chefe de Polícia da época, o major Vidigal, terror dos malandros e vagabundos. Leonardo é preso, foge, volta a ser preso e é obrigado a se tornar soldado a serviço de Vidigal. Então prega uma peça no major que, por isso, decide açoitá-lo.

Sabedora disso e sempre disposta a ajudar Leonardo, a comadre forma uma comissão de senhoras para interceder junto ao incorruptível major. Além dela, vão Dona Maria, a tutora de Lusinha, e Maria Regalada, que na juventude volúvel tivera uma relação ardente com o Vidigal. O major recebe as senhoras e quando Maria Regalada o chama para um canto e lhe faz uma promessa (a de reatarem o antigo amor), ele cede: Leonardo não apenas recuperará a liberdade como será promovido a sargento. No mesmo dia, José Manuel, que se revelara um péssimo marido, tem uma apoplexia e morre, deixando Luisinha viúva e livre para se casar com Leonardo na mesma igreja da Sé, onde o agora sargento das milícias fora sacristão. 

Embora o título do único romance de Manuel Antônio de Almeida indique um relato em primeira pessoa, (Memórias...), o mesmo dá-se em terceira pessoa através de um narrador onisciente. Este narrador não é neutro, contudo, já que interfere continuamente no andamento da história com comentários humorísticos e com avisos aos leitores a respeito de fatos que irão acontecer. 

Fonte: literatura brasileira

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