Luizinho Dú-Kavaco

 

 

CPB: Nome e idade?

 

Luizinho: Luiz Antonio de Souza, 50 anos, nome artístico Luizinho Dú-Kavaco.

 

CPB: Fale um pouco sobre você.

 

Luizinho: Sou funcionário dos Correios há 22 anos e músico há 33 anos. Documentado pela ordem dos músicos, Socinpro, Sadembra e Anacim. Trabalho como "freelancer" (cavaco e violão) em Rodas de samba, e shows com artistas. Dou aulas particulares de música (teoria musical, cavaco, banjo, violão, guitarra e teclado).  Faço arranjos e produções em meu próprio home estúdio. Estudei violão clássico na Escola de música Villa-Lobos durante 01 ano. Como profissional autodidata, procuro sempre o aperfeiçoamento musical.  Sou casado com a Cantora e Prof.ª de Português e francês, Sheila Marques, filha do compositor  Marquês Balbino da Portela vencedor de vários sambas de enredo e terreiro e parceiro de Zé Kéti, Carlos Elias e Batatinha que juntos compuseram o samba de enredo, “Rugendas”. 

 

CPB: Como portelense como você está vendo este novo momento?

 

Luizinho:  Com bastante otimismo, acreditando na máxima que; "Quem é Rei não Perde a Majestade".  Apostando na comunidade, um trabalho sério (escolha de um bom samba enredo, carnavalesco...).  E sempre buscando apoio de patrocinadores, a escola tem chance de chegar ao título de campeã.

 

CPB: Fale de sua experiência no mundo do samba.

 

Luizinho:  Freqüentei as famosas Rodas de Samba da Beira do Rio (Pagode do Cabral), Tia Doca.  Ambas em Osvaldo Cruz que me influenciaram muito.  Gravei como cavaquinista em vários estúdios do Rio e São Paulo: Sambas de Enredo, Jingles.  Para campanhas eleitorais e com grupos de samba juntamente com o Maestro Augustinho Silva, Paulão 7 cordas (com os músicos do Zeca), Camunguelo da Flauta, Jorge Simas, Valter Silva, Osmar do Cavaco, Ivan Milanês e outros.  Fui cavaquinista titular e interino em vários shows com artistas de peso tais como:  Silas de Andrade, Jovelina, Roberto Ribeiro, Elaine Machado, Beto sem Braço, Dunga, Rixxa, Dedé da Portela, Neguinho da Beija-flor, Dicró, Eliana Pitman, Agepê, Monarco, Marquinhos Diniz, Sapato, Marquinhos de O. Cruz, Ircéa Pagodinho, Marquinho PQD, Gabrielzinho de Irajá, Cassiana, Pérola Negra, Jorginho do Império, Luiz Carlos da Vila, etc. e mais de 100 Grupos de Pagode. Em 1995, fui julgador do carnaval na Marquês de Sapucaí (Quesito: Bateria) Liesa - Grupo B.  Em 1997, fui julgador do carnaval de Sta. Catarina - Joaçaba (Quesitos: Bateria e Samba Enredo).  Em 1998, fui julgador do carnaval de Nova Friburgo - RJ (Quesito: Samba Enredo).  Fui jurado de festival de samba da Comlurb.  Fui cavaquinista oficial por 6 anos ininterruptos no GRES Portela, tocando em ensaios na quadra.  Acompanhando intérpretes e artistas que lá se apresentavam, fazendo shows no Morisco, Mauá de São Gonçalo, Campo Grande, Sírio e Libanês e por todo o Brasil e apresentações em programas de TV. Tais como: Chacrinha na Rede Globo e outros.  Em 1987, especificamente, desfilei na Portela tocando o meu cavaquinho no carro de som, juntamente com o mestre Mauro Diniz.  Em 1987, carnaval 1988, Fui campeão na disputa de samba enredo "Lenda Carioca, Os Sonhos do Vice-Rei" - Parceria: Luizinho, Neném, Mauro Silva, Isaac e Carlinhos Madureira.  Em 1989, o cantor Emílio Santiago regravou este samba em seu disco intitulado "Aquarela Brasileira 1".  Fiz os arranjos do 1.º CD do Osmar do Breque e da cantora Sheila Marques - 08 músicas minhas.  Fiz os arranjos do Cd do Grupo Toque de Bamba, juntamente com o amigo Paulão 7 cordas, três músicas minhas inclusive em parceria com Silvio da Silva.  Em 1993, fui integrante e gravei o disco de vinil do Grupo Sol junto com o maestro Augustinho Silva - duas músicas minhas. Inclusive, regravamos músicas de Márcio Greyck e Herbert Vianna.  Sou parceiro de música do Waldir 59 no qual produzi 05 músicas em seu Cd e por aí vai...

 

CPB: Qual(is) o(s) seu(s) ídolo(s), no Samba? 

 

Luizinho: São muitos: Roberto Ribeiro, Monarco, Candeia, Clara Nunes e todos que fizeram e fazem samba de qualidade.

 

CPB: Na elaboração de um samba, como você se define? É letrista, faz a música ou os dois!

 

Luizinho:  Faço letra e melodia.

 

CPB: Como você chegou a PORTELA?

 

Luizinho:  Foi mais ou menos em 1982, a convite do meu barbeiro e amigo, Edir Gomes (compositor e integrante da Velha Guarda da Portela).  Na ocasião que fazíamos serestas juntos, eu com o meu violão e ele cantando, comentou que a Portela estava carente de um bom cavaco. Fiz o teste e fui aceito imediatamente. 

 

CPB: Desde quando você compõe?

 

Luizinho:  Compus minha primeira canção aos 14 anos de idade.

 

CPB: O que você como compositor portelense falaria com os jovens compositores da Escola?

 

Luizinho:  Estude, modernize-se, ouse, sem medo, crie, porém, nunca deixe o samba perder a sua essência.  Lembre-se: Samba é raiz. Preservem o nosso patrimônio cultural.

 

CPB: Para você, o que é ser PORTELA?

 

Luizinho:  Fazendo um trocadilho: 

 

Separe o "T" de Portela.

Ser Portela é "T" amor Por ela.

“Sou portelense e tenho muito orgulho em dizer”

 

Trecho retirado do meu samba cujo áudio mando em anexo e em primeira mão. 

 

CPB: Dentro do Mundo do Samba, você tem algum sonho?

 

Luizinho:  Maior valorização dos compositores e músicos, mais apoio ao disco independente e maior controle dos direitos autorais.  

 

CPB: O que você espera desta nova PORTELA?

 

Luizinho:  Espero o verdadeiro comprometimento dos dirigentes com a agremiação e transparência em todos os segmentos.

 

 

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